Mateus 7.3-5
Nós somos críticos quando o assunto é outro, entretanto, Jesus nos faz pensar em como deve ser a nossa postura, ele denuncia a nossa hipocrisia em relação aos outros, mostra que devemos resolver as nossas próprias faltas mais sérias.
Em muitos casos nós nos mostramos bons julgadores, mas Cristo nos mostra que não temos capacidade para sermos juízes. Não apenas somos seres humanos falíveis, mas também somos seres humanos decaídos. Todos nós nos tornamos pecadores com a queda. Portanto, não estamos em posição de julgar outros peca¬dores iguais a nós; estamos desqualificados para a cátedra de juíz.
A figura de uma pessoa lutando na delicada operação de re¬mover um cisco do olho de um amigo, enquanto uma imensa tábua em seu próprio olho impede totalmente a sua visão, é ridícula ao extremo. Mas, quando a caricatura é transferida para nós mesmos e para a nossa atitude ridícula de ficar procu¬rando os erros dos outros, nem sempre apreciamos a brinca¬deira. Temos uma tendência fatal de exagerar as faltas dos outros e diminuir a gravidade das nossas. Achamos impossível, quando nos comparamos com os outros, permanecer estrita-mente objetivos e imparciais. Pelo contrário, temos uma visão muito branda de nós mesmos e deformada dos outros.
Na verdade, o que geralmente acontece é que vemos nossas faltas nos outros e os julgamos vicariamente. Desse modo, experimentamos o prazer da justiça própria sem a dor do arrependimento. Por¬tanto, hipócrita aqui é uma expressão chave. Pior ainda, esta espécie de hipocrisia é a mais desagradável porque, tendo até aparência de bondade, queremos tirar um cisco do olho de alguém, transforma-se em um meio de inflar o nosso próprio ego.
A parábola do fariseu e do publicano foi o comentário de nosso Senhor sobre esta perversidade. O fariseu fez uma comparação odiosa e incorreta, engrandecendo sua própria virtude e os erros do publicano.
O que nós deveríamos fazer é aplicar a nós mesmos um padrão pelo menos tão estrito e crítico como aquele que aplicamos aos outros. “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (I Co 11.31), escreveu Paulo. Não só escaparíamos do julgamento divino, mas também estaríamos em condição de ajudar com humildade e amabilidade ao irmão que está em erro. Tendo removido antes a trave de nosso próprio olho, veríamos clara-mente como remover o cisco do olho dele. Que o Senhor nos Abençoe!